7 de Setembro

 



(ou a farsa que não tem volta- e todo mundo aponta e conta)

 

"Por aqui, um breu!”

Silêncio no bairro

Silêncio nas ruas

 

Gente na praia

Gente com medo

 

O soluço no sorriso

De um povo

Que foi dormir tarde

E acordou cedo. . .

 

Panela vazia

Conta atrasada

-Deus lhe pague!

 

Um comboio de caminhões

Passando na avenida

Com suas buzinas

Pagas com dinheiro

Teu e meu

Transformados

Em propina

(um verdadeiro, às avessas,

Milagre da multiplicação)

 

Camisas piratas

Da CBF

em pleno

Sinal vermelho

aloprando

Suas intenções

Enquanto o ambulante

Pai de família

Adia seus planos

De completar sua renda

No feriado

Que só lhe causou

Decepção.

 

 

 

"Fiquem todos em suas

Casas amanhã!”

“Não saiam!”

“Não saiam de maneira

Nenhuma!”

Dizia um senhor

No meio do busão

Um dia antes

"Esse presidente é um louco!

Quer rasgar a constituição! "

 

Pastores e padres

Pedindo reza

Ameaçando a crença

Preparando

Cruzes

Juntando perto de si

Balas e pedras

Alienando a fé de quem

Já vive mergulhado na

Mais profunda miséria

 

Orar por um golpe de estado?

Rezar pela morte

De milhares?

 

O jejum já está na ordem do dia

Nas filas da Caixa

No assalto do

caixa

Na bandeja do ovo

Que aumenta toda

Semana

Bandeira vermelha

ICMS

Afronta!


Militares promovendo

Um novo golpe

Outro golpe

Mais um golpe



Nas Barbas do STF

Nas gravatas do senado

Ou na arrogância da câmara

De frente pras câmeras

Das telas

Perplexas ou

Planas

Planalto pulverizado

De ratos

Aumentando a aposta. . .

 

Quem acaba com o absurdo?

Quem dá um basta nesse abuso?

Quem banca a bancada

O cartaz, a passagem,

Hospedagem,

Almoço e janta?

Quem comanda essa

Dança?





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