(ou a farsa que não tem volta- e todo mundo aponta e conta)
"Por aqui, um breu!”
Silêncio no bairro
Silêncio nas ruas
Gente na praia
Gente com medo
O soluço no sorriso
De um povo
Que foi dormir tarde
E acordou cedo. . .
Panela vazia
Conta atrasada
-Deus lhe pague!
Um comboio de caminhões
Passando na avenida
Com suas buzinas
Pagas com dinheiro
Teu e meu
Transformados
Em propina
(um verdadeiro, às avessas,
Milagre da multiplicação)
Camisas piratas
Da CBF
em pleno
Sinal vermelho
aloprando
Suas intenções
Enquanto o ambulante
Pai de família
Adia seus planos
De completar sua renda
No feriado
Que só lhe causou
Decepção.
"Fiquem todos em suas
Casas amanhã!”
“Não saiam!”
“Não saiam de maneira
Nenhuma!”
Dizia um senhor
No meio do busão
Um dia antes
"Esse presidente é um louco!
Quer rasgar a constituição! "
Pastores e padres
Pedindo reza
Ameaçando a crença
Preparando
Cruzes
Juntando perto de si
Balas e pedras
Alienando a fé de quem
Já vive mergulhado na
Mais profunda miséria
Orar por um golpe de estado?
Rezar pela morte
De milhares?
O jejum já está na ordem do dia
Nas filas da Caixa
No assalto do
caixa
Na bandeja do ovo
Que aumenta toda
Semana
Bandeira vermelha
ICMS
Afronta!
Militares promovendo
Um novo golpe
Outro golpe
Mais um golpe
Nas Barbas do STF
Nas gravatas do senado
Ou na arrogância da câmara
De frente pras câmeras
Das telas
Perplexas ou
Planas
Planalto pulverizado
De ratos
Aumentando a aposta. . .
Quem acaba com o absurdo?
Quem dá um basta nesse abuso?
Quem banca a bancada
O cartaz, a passagem,
Hospedagem,
Almoço e janta?
Quem comanda essa
Dança?
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