Para o Word Trade Center





Quando as torres tombaram, que dia louco aquele, estava na escola. Nos mandaram ir pra casa. Era um completo absurdo. Parecia que o mundo ia acabar. Lembrei daquele filme "INDEPENDANCE DAY", porém a realidade era um pouco mais aterrorizante. Até aquele dia não tinha observado o poder da tecnologia em favor do terror ou da informação. Se fosse hoje, uma LANHOUSE em cada esquina, teria sido pior. Na mesma hora iriam fazer uma comunidade no ORKUT. Meu Deus! O ser humano evoluiu mesmo?
Corri. Só depois que cheguei em casa e liguei a TV foi que pude notar onde estávamos. Por um instante fiquei feliz. TV desligada, meus pais sem saber o que ocorria. Tudo seguia direito lá em casa. Era bom não ver nada. Depois que liguei a TV nunca mais dormi tranqüilo, nunca mais fui o mesmo nem o mundo ao meu redor. 
Perdemos aquilo que tínhamos de melhor? Hoje pensei em você. A TV me lembrou. Você tinha o quê? 14? 1993? Deixe-me ver... Não. Quatorze tinha eu. Meu Deus! Você só tinha oito anos!
Incrível como o tempo passa tão depressa, e como perdemos nossas tão fortes lembranças. Só ela, a MALDITA TV que vem pra nos atormentar, tirar nosso sono, nos fazer lembrar.
Lembranças... eu perdi as minhas. E você? O que você  perdeu naquele dia?


                                                                 (. . . )

Não consigo imaginar sua resposta. Naquele dia todos nós perdemos alguma coisa. Alguns perderam muito mais... ainda hoje perdem.




PS: essa crônica foi escrita originalmente em 2009 para uma amiga minha de DF de nome Werônica, depois de um papo sobre o 11 de Setembro de 2001. ssa crônica saiu no meu primeiro livro, com algumas modificações.  Aqui eu mantive o texto original. Mudei só uma coisinha ou outra da pontuação. 

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