Aos elefantes brancos...







O deserto é parado e silencioso. Lá é onde eles se escondem.Eles: os elefantes brancos. E são tímidos, escondem segredos de ontem e de antes, e não falam quase nada. Serão surdos? Não passam. Estão há anos no mesmo lugar, e eu os olho de longe com a pretensão de os ver andar, os observo. Coisas da juventude.
Construímos sonhos, irrealidades, para simplesmente propagandear e erguer uma bandeira que não existe. Teriam asas os elefantes? Seriam do poder os donos? Estariam acima de todo poder e justiça, verdade? E naquele deserto transitavam livres os elefantes. Em minha cabeça a dúvida e as dúvidas. Como compreender? Os reis, os donos, os poderosos. Eles criaram os elefantes brancos. O povo, nós, os alimentamos. E eles só se alimentam de sonhos.
Um dia não precisaremos mais criar, abrigar, saber da existência de tais elefantes. “vidas reais, seres imaginários”. Mais ainda estão ali, diariamente parados, nos trazendo um misto de agonia, medo e mistério. Aonde irá levar o pensamento de nossa distância?

Comentários