Sobre a música EMO e outras coisas ruins



Em uma de minhas visitas nas férias cheguei à casa de uma de minhas (poucas) grandes amigas. Lá, tive o desprazer e conhecer uma das “bandas do momento”. O nome eu não lembro, mas deve ser como todas essas modinhas que a mídia lança: alguma coisa sem significado algum. Outro dia me questionaram sobre a juventude e seu significado. Me disseram que não há esse tipo de coisa: a juventude seria uma eterna busca e nada mais. – “todo jovem é igual! – não há novidade!”.

Pena. Quem deve ter dito tal coisa na certa esqueceu que um dia também passou por essa mesma fase e talvez tenha sido uma pessoa chata, subordinada a padrões e todo tipo de baboseira enlatada que inventam para pintar o “ser jovem”. Mas deixa pra lá; estava falando sobre a banda... lembrei! Pego emprestado um termo de uma outra conhecida: tal banda devia se chamar “vuvuzela Brasileira”! Como era mesmo o nome do conjunto? (...) não. Não vem nada na mente agora, nem se quer a letra da música eu lembro. Tudo enlatado. Cabelos cheios de produtos, calças apertadas e muito, muito coloridos. Um verdadeiro arco-íris. Já o talento... onde foi mesmo parar o talento desse povo? Devo reconhecer que até o CALIPSO teve um caminho para chegar onde está, mas essas bandas; elas vêm de onde? Onde são fabricadas mesmo? Pelo menos na década de 90 as bandas sabiam pelo menos tocar. Hoje, são tão descartáveis quanto o papel do banheiro usado para enxugar as mãos.

As rádios e os programas de TV mostram ao mesmo tempo duas coisas: sua completa inutilidade e seu poder de convencimento absurdo. O que leva um jovem a se vestir com um espantalho? Falta de identidade, busca pela mesma, ou só falta de opção? Não quero difundir preconceito algum ou criticar sem argumentos tribo alguma, só quero evidenciar o óbvio: a falta de conteúdo nessas cabecinhas de vento chamada adolescentes.

Se Tim Maia tivesse vivo... diria logo, com aquele jeitão dele: “menino, vai procurar saber de música, vai!”. Isso sim entristece. e é tudo culpa da mídia. Agora vou ligar o rádio e não irei me surpreender se estiver tocando “O Rappa” como se fosse uma coincidência profética: “me abrace e me de um beijo, faça um filho comigo, mas não me deixe sentar na poltrona num dia de domingo”.

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