Tia





Elisa

Onde não há

Armas

Afia a alma

Num sorriso

Leve

De uma criança

Amiga

Brinca

Uma crônica

Prosa

Sátira

Carta de amor

Recado

Alma

Canto

Num lindo

Livro

Poema

Breve



Elisa

Tua alma

Sangrando

Perguntando

Pela inocência

Anonimamente

Quantas

Tias

Quantos dias

De sono e

De olhos queimando

Lição

Redação

Prova

Teste

Quantas

Horas

Aulas

Dedicadas

Delicadamente

Tecendo o

Futuro

De uma nação

Que não te

Enxerga

Não te valoriza

Não te merece



Elisa

Hoje teu

Canto é poema

Teu exemplo

Rima

O ódio

Que me aperta

O peito

Amassa a garganta

Endurece o espírito

Faz faltar tinta

Pro sorriso

Mas o futuro

Permanece



Elisa

Faria tudo

De novo

Eu sei

Se pudesse.









Em memória  da professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos. Morta esfaqueada por um aluno aluno 13 anos. O motivo ela teria apartado uma briga por conta de racismo dias antes. 


Comentários