Ode ao Silêncio






 No guarda-chuva

Da elite
A chuva não bate
A lama passa longe
Faltam argumentos 
E lenitivos
Saem impunes

Em seus elevadores
A lei não entra
E a justiça pede licença
Oferece cafezinho
Pros donos
Dos mundinhos
Arranhando os céus
Respirando outros ares
Pagando suas 
Domésticas
Do lar
Com dinheiro
Público. . . 

Em suas torres
Se escondem
Assassinas
Delatores
Lobos fantasiados
De pastores

Cuspindo no
Mundo
Em seus impecáveis
Trajes

Mas o final
Eles nem imaginam

O final eles
Nem sabem

Há mais
Rebeldia 
Nesse Cais de Santa Rita
Nesse cair da tarde
Nessa Rua da Aurora
Nesse passar 
Das horas. . . 

E a eles,
Insetos enfeitados

Só lhes cabem
Fingir...

Por pouco tempo.

( Em memória do Menino Miguel. Não esquecemos)

#meninomiguel

Comentários