Triste Feriado


Iria tentar fazer o Carnaval parar, só pra te ver se divertindo, e seria até fácil. Congelar o tempo só pra mergulhar em teus braços e em teus abraços, fazer você dormir. Porem deu tudo errado. O que te deu foi sono; você quis mesmo foi dormir, cansou de sonhar. Pediu pra eu largar meus sonhos, sair nublado em dia de domingo, sair nublado de dentro. Assim se foi meu Carnaval planejado. Assim nasceu Arlequim, Colombina, Pierrot...
Ar condicionado, leite condensado, homem escravizado, tudo improvisado, isso tudo em meu coração. Ficou frio. Frio e feio. Meio apaixonado, um pouco revoltado, quis sair de mim. Eu, no meio do pátio, São Pedro do lado, e você sem mim.
Agora sou homem mudado: tenho medo do preto do gato, receio da escada, por baixo, sexta feira treze, onze, doze, sem fim... pavor do homem-bandido, do bigode rapado, que mora ali ao lado, querendo ver o meu fim. –“Boa Tarde!” Tim Maia levou consigo meu dia de domingo. Me deixou assim. Carnaval agora, só se for em filme. Quem mandou sonhar, te ver passar, te ver sorrindo, te ver dormir? Carnaval quebrado e eu aqui.

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