Judiação tamanha...






A cultura que aprendi fala da realidade, seja da seca, as coisas vividas, as idas e vidas até a cidade grande, a morte, a fome, o medo da guerra e do mundo. A musica que sempre ouvi fala sobre o mar de madrugada, o levantar de madrugada, o voltar tarde pra casa, o filho pequeno, ainda de colo, e a mulher amada guerreira. As gravuras, as pinturas, os quadros, retratam a vida no campo, o homem do campo, cuidador da terra, tratador do dia, fazedor de poema e poesia. Infelizmente, parece que há muito, tem gente querendo esconder essas tintas. Uma onda tristonha de alienação tenta embaçar essa vista, a vista de quem vive essas coisas em todos os seus dias.
Estão tentando substituir a realidade do nordestino e nos vender uma outra coisa, uma coisa que não chega nem aos pés de nossos sertanejos irmãos: é a musica estranha que toca nas rádios que não nos marca nem nos impressiona, machismo e bebedice. O lutador cedeu lugar ao alcoólatra, a mulher que luta agora é vulgar, e ser vulgar é oque hoje importa, ser pobre de espírito e de cultura é o mesmo que andar na moda. Encheram nosso forró de uma sensualidade inóspita, mas prenderam sua poesia e sua prosa.
Luís Gonzaga agora é coisa ultrapassada, musica de velho, poesia passada. “Forró das antigas” é assim que chamam. Em seu lugar colocaram uma coisa que ninguém distingue ou conhece. Parece que nossa cultura foi banida, varrida, s encontra desatualizada.

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