Odijas




Resistir...

Não haverá silêncio enquanto subsistir a bandeira de luta, mesmo que esta seja uma vaga lembrança.O nome de Odijas espalha-se pelas ruas, seu sobrenome não é mais Souza, é Luta, Vida, é Resistência e Esperança. A cor do azul toma agora os espaços enumerando a distância, colorindo os livros, acalentando os livres. Tudo azul...
Distância? Que é à distância? A mesma lua que clareia a luta, reflete o brilho do sorriso do velho, do novo e da criança. Não há distância; apenas os punhos cerrados, braços erguidos, o grito inflamado.
Não haverá silêncio! Silêncio ou vacilo, vergonha, derrota ou lamento. Não haverá nada mais disso. Nada que lembre ou retoque a derrota, irmã fria e morta da vida, chamada em tempos onde não haverá mais canto, poesia, prosa. Eu quero mesmo é a vida! Ela toda cheia de rosas! A poesia do combate intenso, a poesia que planta, nasce, cresce, brota. A poesia que se convive e que não se despe ou se perde. Renova-se. Renova.
Não haverá silêncio nem tédio. Tédio ou pesadelo. Nada que nos enfraqueça ou pese em nossas costas. Sobre os nossos ombros nasceram lírios, brilhos, margaridas formosas. Um canto que eu canto que Odijas cantou outrora. Luta! Não luto! E Luta para calar aqueles que nos exploram.
Não haverá delírios loucos, martírios, cadeias, torturas, grades, seqüestros ou portas. Nada que nos venha como empecilhos ou idéias tortas. Aquele que ousaram impedir o cair da noite, o avançar do dia, o romper da história, a vitória, calem-se! Idiotas! Na luta de classe não pode nem deve haver trégua onde a luta se coloca, sejam nos arredores, nos corredores, salas de aula, becos lotados, casas, casebres, morros ou roças.
Cavaremos fundo, abriremos caminhos, derrubaremos muralhas, correntes e portas. “É tão bela a manhã da liberdade”, “quem só espera nunca alcança”.
Não haverá silêncio. Nunca! Por isso a bandeira azul, Odijas presente! Resistência sempre, firme, forte, hasteada permanece imponente. Por isso a luta é a cor que nunca se desbota. O novo dia e a vitória são irmãs gêmeas e inevitáveis. Por isso a Luta e não o luto. Eu Luto! Não haverá silêncio. O amanhã se faz presente.

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