Utopia


Um lugar que não existe. Lá, onde a ambição, a injúria, a inveja e a usura nunca se movem ou se moverão. Um lugar chamado por seu nome, escondido no meio do nada, onde tudo nunca se conclui, onde tudo nunca acaba achando seu fim. Nesse lugar que não existe há uma igreja sem teto, feita do mais belo ornamento, no meio de um deserto sem ar. Lá o sol não bate, há sempre sombra. Por isso a igreja não possui um teto. Ali todos se encontram , e, mesmo sem ter cadeiras alguma ou qualquer tipo de acento, sua riqueza sempre impressiona. Os fieis daquele templo não comem, possuem péssimos empregos, morrem aos milhares por doenças assustadoramente simples, fáceis de serem combatidas, mas, apesar disso, lotam aquele lugar sem nome.



Nesse país deixou-se de plantar, e isso já tem alguns anos. A terra ficou estéril após tantos e tantos anos de consumos e planos. Mesmo assim, não se faz muita falta a comida; tudo que se plantava era consumido por aqueles que viviam “lá fora”, os sem juízo. Um lugar que não existe. Um povo sem brilho e sem sono. Ainda assim, dizem que o país vizinho é quem possui o engano. 
-“lá há uma bandeira vermelha hasteada!
-“vamos jogar naquele país mentiras, enganos, engodos e falsos cantos!”
-“Vamos manchar aquela bandeira, já que aqui não se tem uma parecida qualquer!”
Um lugar que não existe. Que não tem bandeira, partido ou juízo algum. Um lugar chamado Utopia. 

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