Joana Bezerra e o resto do Mundo





O mundo inteiro desce na Joana Bezerra, enquanto meu coração padece. São metros e metros de distância, um quarto de tempo, tudo é tão pouco para o meu intento. Tudo se desfalece, mas seus olhos não mentem, nada me escondem, e eu aqui, sem vê-los. Como pode ser longa a distância entre a integração nais próxima e o meu pensamento. Quero te ver de perto, um ou dois minutos de atraso, o vagão lotado e o divertimento.

Senhora com criança de colo e o assento preferencial lotado até o teto. No “Barro” a briga (o Barro é uma briga): o menino entra vendendo bombom, o guarda de preto vem logo atrás, a senhora perdida sem saber onde é a rodoviária e o outro lado do mundo passando.




Meio dia. Esquenta a cabeça de quem sabe que não vai chegar na hora marcada. Meu coração ainda é tão triste, longe de toda aquela agitação, apesar de ser simples. De repente o metrô para e o mundo se move. Joana Bezerra é a descida, a renovação, a passagem para outras tantas vidas. Como vê meu coração, enquanto meu rosto se perde, se agita, se mistura com os outros tantos nomes, rostos e decepções. Eu vou com a multidão enquanto meu peito se perde. É assim, até chegar a manhã.

Joana Bezerra, meio dia, sol forte, outra fonte. Joana Bezerra é um tumultuado de emoção. Todos os mundos e dimensões passam por lá. Eu já esqueço a hora, desligo e guardo o telefone, pego a integração. Joana Bezerra é o começo e o fim de nossos dias, é o cotidiano de luta de quem luta. Joana Bezerra é a própria vida em efusão. É mais um dia de vida que segue e que se vive. Começo a sorrir.

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