As Janelas da Alma...






Você me parece alguém, alguém antigo. Um tempo que, mesmo sem querer, não se consegue esquecer; não se esquece fácil. Você me mostra alguém e suas janelas. Paisagens que se esqueceram de me mostrar. Me dá algo que não tive lugares que nunca andei, lugares para se chegar à tarde. Ligue a TV, diga-me o que vê, fale-me sobre as janelas. O que há nelas para lhe prender? Na ultima vez quase vi oque você via, mas não consegui, não pude ver. Aquelas janelas dos nossos sonhos parecem que me esqueciam, tudo se desfez em minha memória, tudo parecia sonho e cedo, e lembro que foi em uma maldita janela que conheci você.
O que há por fora das janelas? Um mistério de uma dupla face agora me apareceu. Você me lembra um passado, uma forma conformista e minuciosa de se dizer adeus. Beleza rara, porém parecida, cabelos que ondulam por sobre os ombros para me fazer, mesmo que por um momento, me desafiar e me ver roubando um sorriso seu.
Você me parece alguém antigo. Janelas e portas, túmulos de sacrifícios e silêncios, pra se dizer adeus. O que deve haver por dentro desse mundo de sentimentos que eu não sei descrever? Eu cheguei mais cedo? Olhei pra fora, vi vidas, pessoas, corridas, fantasmas que andavam bem devagar. Depois olhei você e me confundi. Não sei oque dizer. Você é mais um passado que voltou bem cedo, uma janela escondida, uma alma que não sei mais ver.

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