Apogeu (sobre Palavras, as ruas do Rio em mês de Maio ou Abril...)






João sentiu medo de se perder em suas palavras, demonstrar fraqueza diante daquela a quem ele, sem saber, jurou amor eterno. Depois de alguns dias sem a ver descobre o que significa de fato esse sentimento chamado saudade. Procura, pergunta, usa o telefone, escreve cartas de amor como as outras (ridículas). No peito e na garganta um nó. Até as muitas frases faladas, repetidas tão diversas vezes parecem não solucionar. E depois das trevas se encontram. Um só olhar:

“ Como vai? Estava com...como é mesmo aquele nome? Saudade. Faz tempo que não te vejo!”

Ela, indiferente, custou acreditar. Seus olhos pareciam só avistar e se perder na distância, na estrada, no sonho de olhar e se achar no mar....
“Suas palavras, João, agora não me dizem nada.. agora não adianta chamar”.

No caminho de volta, o gosto da lágrima. No rosto um falso sorriso, cabeça baixa, costuma assim se manter. E agora, olhar fixamente o telefone, esperando ele tocar...é João. Isso que quer dizer amar?

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