Quinze anos e quinze dias...







A mania de fotografar está ligada a algumas pessoas todos os dias da vida. Imagino agora minha sobrinha com seus futuros 15 anos e 15 dias, tendo que se acostumar com sua “herança fotográfica” deixada ao passar dos anos pelos seus avós, tios, parentes e vizinhos. Algumas espalhadas pelos quatro cantos do mundo ou da casa. Que seria de minha vida se, de repente, juntasse, de uma só vez, todas as poesias que te fiz, e mandasse você escolher a melhor de todas as mais loucas, a mais cínica, a mais brega ou bege? O que faria o ventilador se estivesse desligado, enquanto você dormia?
Lamentável a falta de limites que atua em tua vida. Em nossas vidas. Prende tudo e todos em sua volta, de modo a se contemplar. “cuidado com o ferro de passar, fechem as portas dos armários, prendam o cachorro, não solte o controle da TV por ai!”. Se hoje você puder ver tudo o que fez por aqui, ficaria, talvez, tímida ou sem graça. Com a cara Rosada, sem dizer palavra, ou só faria rir. Essa mania humana de fotografar!
Você caiu aqui, lembra? Quando corremos pra te ajudar você deu um baita sorriso. Já era tão cheia de direito que naquela vez... epa! Não temos mais essa foto pra mostrar. E aquela que você subiu no sofá e fez?...Também não temos. Alguma prima ou tia levou pra si. Vendo assim, você terá muito do que reclamar e torcer. Por enquanto não pode dizer nada. E a cada flash, a cada novo canto, ou pedido, a cada roupa trocada, babada ou torcida, virá um novo ritmo, um novo sorriso para encantar.
Daqui pra seus quinze anos daremos com você muitas mancadas. Mas estaremos todo ali, pra te fazer sorrir quando for preciso, como numa fotografia colorida de toda família, juntos. Acho que será sempre assim. Antes de você nascer, antes de você andar, antes de você partir. A vida é uma fotografia nos ensinando, entre outras coisas, a compreensão.

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