Chove no
Sertão
E o meu coração
Em grandes gotas de
Chuva se
Dissolve.
Chove no
Sertão
E o brilho
De teus olhos,
O perfume
De teus lábios
Me absorvem.
- como não
Transbordar
O peito de
Tudo aquilo
Que se descobre?
É sagrado,
Tudo que se renove
E o sertão
Virando mar
E a lágrima caindo
Feito chuva
E o perfume
De teus lábios
Se me abrindo
um caminho amigo
que em outro lugar não
se contorce.
Amanhece
no sertão
e o meu coração,
que é um caminhão
de sentimentos,
mal se move.
Amanhece no
Sertão e é
Tudo tão
Que até o que é
Finito me comove.
É a água passando
Por entre as telhas secas,
O vento varrendo os
Quintais dos homens,
Secando as roupas das
Madames, e a luz do sol
Após a chuva, demonstrando
Casas, abrigos, que nunca
Se comovem.
Anoitece
No sertão
E tudo aquilo
Que é seu
E que você
Me deu
E que me acolheu
Dorme.
O sono e o
Sonho se parece em tudo
Com o teu sorriso
E o teu gosto,
E a sombra de teu rosto
Que me move.
Anoitece no
Sertão
E todo o mistério
Que há no mundo
Se resolve,
Com ou sem
Convencimento.
Anoitece no
Sertão,
E eu, com
A lua, me deito.
Anoitece no
Sertão
E imagino um verso curto,
Turvo, todo, pequeno,
Como todo o
Imenso mistério do
Teu coração,
Da luz de teus
Olhos,
Do perfume de teus
Lábios,
Das lágrimas,
Das casas, das telhas
E dos móveis.
Chove no
Sertão,
Amanhece e anoitece.
Tudo se move,
Se divide,
Se revela,
Se contorce.
Entardece no sertão
E tudo,
Indiscutivelmente,
Se resolve, querendo
Ou não.
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