Perguntarei teu nome 28 vezes antes de te abraçar. Falarei comigo pelo menos uma dúzia de dias antes de voltar a ver teus olhos. Realizarei diuturnamente uma profunda reflexão sobre a perfeição de teu rosto e de teus anseios. Dormirei contigo, mesmo você não estando, a cor de seu perfume amigo está em mim.
Seus olhos. Confusão simples pra mim e que faço crime, num estalar de dedos seu medo de se olhar no espelho e de ver o mar. Tudo acaba numa canção antiga. Perfeição. Perfeição intensa sobre a palavra simples, Escrita. Não consigo resumir seus gestos, extrair seu rosto, analisar poeticamente teu encantamento simples. Fumaça de incenso suave que passa luz de vela bem acompanhada, “inspiração que vem do espaço etéreo” e me pega perdido e de surpresa, assim sem mais nem menos.
Um simples toque na ponta de teus dedos faz refletir durante dias sobre esse imenso horizonte. Terras e flores, rios e pontes. Palavras sem nenhum sentido que você divisou em seu sorriso e transformou em quase nada. Me calo diante de seu grande desafio e prossigo por aquela rua de ladeiras sitiadas.
Perguntarei teu nome 28 vezes antes de me aventurar no mundo, antes de esvaziar meu peito, antes de explorar seu mundo, antes de te olhar nos olhos, antes de cair na rede, antes de deitar pra sempre, antes de sonhar contigo.
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