Coisas de aprendiz de poeta.




Era um menino. Costumava não entender, apesar de todo grande esforço infantil, a imensidão da alma feminina: Complexo emaranhado de constelações infinitas e um único dia para se contar. “Ela” não devia ter menos que a sua idade, e oque o inculcava era aquele jeito impertinente de andar, de viver e de ser. Tudo aquilo que ele costumava odiar.

Era menino. Não sabia distinguir entre uma paixão tola e um perfume juvenil. Ele só não entendeu por que, naquele justo dia, a menina do nariz arrebitado no mundo, a metida a dona do pedaço, a senhorita “não peço licença” veio enfiar (esconder, num sei por que) a cara em sua janela.

A sala era imensa...Todos pararam para analisar tal situação. Ele espera desarmarem os holofotes, ela baixar a guarda, até finalmente perguntar, de fato, oque acontecia ali. “-nada de mais”. Disse ela, a moça do cabelo mais negro que a noite sem lua e estrela. Não passava por todas aquelas cabecinhas que as dondocas também sentiam, as vezes, seus mundos caindo. Ele nem sabe se oque falou fez efeito ou diferença, realmente; mas lembra de ter escrito uns versos daquele saudoso poeta, que fala da “infância perdida, da juventude perdida, e da vida que não se perdeu”.ela segurou a folha de papel dobrada, lhe olhou nos olhos, e sorriu. Ele, nada. Não respondeu, também não riu (talvez por dentro).

Era menino...

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