A cidade maravilhosa, a rosa do povo e os 300 km/h em sua direção.



“Ainda há de haver um lugar mais calmo”. E a cidade ainda é cheia de encantos e cantos; mistérios sem dimensão alguma para se contar. Aquela, chamada maravilhosa não é tão real, vista de fora da TV. Chega dá medo. Mais uma vez fui iludido pela televisão. O Rio de Janeiro não continua tão lindo assim; aliás, me pergunto se já foi mesmo um dia. Paisagens pintadas por luxúria, lixo e miséria. “A rosa do povo” não é mais tão bela.

Contudo o poeta ainda está lá, refletindo com toda doçura nossa falta de inquietação e normalidade. E há uma rosa no asfalto, corram para salvá-la, guarda-la, puni-la. Se as tuas águas não fossem tão sujas, se não fosse a distancia, o lamento sozinho.

A beleza que há na tela é quase tão comprada quanto à paz que aqui finge-se ter. Há paz na contradição marcada? A rosa que era do povo, hoje foi leiloada; sobrou somente distancias 300 KM/H para a esperança de te ver passar e a saudade.

Saudade de um tempo aonde se ia para as ruas pelos motivos certos, quando não se priorizava acordos políticos e fingia-se ser livre, de maneira sincera.

Agora as correntes são outras (as da liberdade), e que julgam considerar saber nossa distancia, esquecendo que já não somos livres e que essa rosa, que outrora era nossa, pode um dia murchar.

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