Escarro



viva o nosso palácio do mensalão,

da podridão, do “faça-você-mesmo”,

do “seviranostrinta”, do cada um por si,

da estrela apagada, perdida, manchada.


“alô, alô marciano: as cobras dominaram a televisão”.

Seu astronauta, não plante feijão,

plante maconha que dá mais dinheiro;

aqui tá “tipo exportação”.


-”nem Deus afunda o Titanic”.

Aqui quem domina é o caixa dois,

e na nossa TV não tem lugar pra negros,

-”vamo comemorar!”


o nosso palácio tá pintado de verde

e amarelo; ano de copa, ano de eleição.

-”vamo rezá” pra o povo esquecer,

“vamo ganhá” essa copa,

“vamo Tapiá!”


o povo morre de fome, mas o “craque” tá

gordo, coitado.

Marciano, não venha pra cá!

Você corre o risco de comemorar

-mais uma vez-

“ a estupidez de quem cantou essa canção”...

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