Não acredito em sonhos

Não creio em sonhos.
Às vezes me beliscam, cutucam,
mas, nada os digo, pois não creio em sonhos.

Não creio em sonhos.
Alguns me perseguem, falam baixinho
ao meu pé do ouvido.

Outros me vem em forma de gente:
falam pouco, nada escolhem,
nada duram,
pois não creio em sonhos.

Outro dia vi “um” na rua;
tive medo!
Era justamente aquilo que queria...
mas, como outros, era só um sonho.

Há um alguém que me persegue,
fala teu nome.
Mas não escuto;
é só um sonho.

Outro dia ia te pedi pra mim
mas me arrependi.
Tava tudo escuro,
olhos fechados,
era só um sonho.

Tenho calma.
Outro dia desses
vou me redimir:

te olhar se medo,
encarar o espelho,
e te contar,
pra variar,
um sonho!

E se nesse amanhã
te ver toda linda,
com aquele vestido azul,
e me olhar nos olhos,
não hesitarei:

direi mil vezes ao espelho,
chamarei de medo,
cantarei o tédio,
morrerei de “pé junto”, esperneando feito criança.
Morrerei dizendo: “eu não creio em sonho”...

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