De onde vem a calma...


Em saber, só de passagem, de sua ida imaginei como naquele dia onde ouvir dizer de onde vem a calma. Passei a refletir.
Só a palavra já nos traz a razão. hoje, essa palavra vive apenas no pensamento, na lembrança ou na recordação. Ela vinha de seus olhos me dizendo mil coisas indecifráveis para se por e se opor. Vinha de seu sorriso solto e sério, jogado ao vento depois de uma piada quase tão sem graça quanto o horário eleitoral. A calma vinha de seus abraços, de teu perfume natural, de tua boca aconchegante, lábios de perdição e toda sua atenção voltada pra mim...
Não há calma nessas palavras desperdiçadas por quem não as soube polir, conter, cuidar. Não há calma na distancia, essa, que mesmo morta deixa uma dor e um rancor de tudo aquilo que podia ter sido. A calma vinha de ti, de teu coração batendo forte e eu ouvindo como se fosse simples. Não há calma no esperar o amanhã. Também não há graça alguma. Só as quatro paredes, o soluço de mais um fim do dia, o olhar pela porta, o esperar compassado e o saber que a inquietação que agora transborda, não morava em mim...
E me pergunto sem obter nem conceber resposta: DE ONDE ME VEM A CALMA?

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