tomar o mundo como COCA-COLA


A mulher das estrelas


Palavras condicionam, elevam, levam a pensar que tudo parece fácil, eterno, sublime. Uma equação duvidosa e difícil. Contentar-se com o ritmo frenético das marés seria uma boa escolha, não fossem as dúvidas de se ver na imensidão azul.
E lá vem ela. Dona de curvas e sorrisos, esculpida pacientemente. Ela, a mulher das estrelas, que se elevou ao nível de se perceber somente num sussurro e ecoa nas constelações mais distantes e cada ato mínimo faz reviver e cantar, trazendo culpa em parcela, admiração e surpresa, prazer e solidão.
A mulher das estrelas não possui nome. Convive em nossa consciência, bem na divisa do que se quer e do que se perdeu. Seu querer se ouvia dês do vácuo mais distante, até a saudade infinita entre os dedos de tinta que não se fizeram apanhar por não definir, ao certo sua geografia.
Um dia a mulher das estrelas desceu de seu paraíso luminoso e eu a vi. Toda despida de sentimentos e emoções vazias olhou em meus olhos como num doce pesadelo e sorriu.
Peguei-me sozinho e sem sono, rude e tristonho. Olhei no silencio do universo e toda a vida, todo o medo que eu sentia desapareceu descobrindo seu lar infinito, jardim de sonhos lindos e todo o sentido que tinha dentro de mim, desapareceu.

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